Por Vitória Freire
A expansão da pecuária segue como a principal causa da destruição da floresta.
Apesar de representar apenas 17% do valor bruto da agropecuária em 2023, o setor foi responsável por 90% da área desmatada e 51% das emissões de gases de efeito estufa no último ano de 2024.
Além disso, 64% das áreas de uso agropecuário no Brasil são destinadas à criação de gado, pressionando ainda mais os ecossistemas amazônicos.
A informação é do Relatório Verde, realizado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia e divulgado no início do mês de fevereiro.
De acordo com o relatório, a falta de controle na cadeia produtiva da carne dificulta o combate ao desmatamento.
Além dos impactos ambientais, há uma grande lacuna na fiscalização sobre a origem do gado. A diretora-executiva do Imazon, Ritaumaria Pereira, fala sobre os desafios para tornar essa produção mais transparente:
Além disso, a falta de rastreabilidade da carne continua sendo um desafio, como exposto pelo estudo do Imazon.
Muitos frigoríficos ainda não implementaram sistemas rigorosos que garantam que o gado abatido não venha de áreas ilegalmente desmatadas.
Algumas empresas, como Marfrig e JBS, estão implementando programas para melhorar a sustentabilidade na cadeia produtiva, como dispositivos de rastreamento e monitoramento ambiental, mas esses esforços ainda são insuficientes para frear o avanço do desmatamento. É o que explica, Paulo Barreto, pesquisador sênior do Imazon:
Conforme o Imazon, é fundamental que haja um controle efetivo sobre a cadeia de fornecimento de carne e que se desenvolvam políticas públicas que incentivem a agropecuária sustentável, a fim de proteger as florestas amazônicas e mitigar os efeitos das mudanças climáticas.