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Especial – O Caso Dom e Bruno: mais um episódio de violência e covardia contra defensores da floresta

por Clara Toledo Serafini

Reportagem: Cindy Lopes e Rennan Gardini

A morte de Dom e Bruno trouxe muitas coisas à luz. O jornal britânico The Guardian, para o qual Dom Phillips escrevia, disse que o anúncio das mortes do inglês e de Bruno Pereira, destacou os perigos enfrentados por aqueles que ousam defender o meio ambiente e as comunidades indígenas do Brasil.

No Guardian, o trecho interpretado por Alex Ferreira. (Ouça)

Vítimas de um crime brutal no Vale do Javari, extremo oeste do Amazonas, Bruno e Dom entram para um capítulo sombrio da história da Amazônia brasileira e se juntam a nomes como Maxciel Pereira dos Santos, indigenista executado com um tiro na cabeça em Tabatinga.

Paulo Paulino Guajajara, um ativista ambiental indígena brasileiro e defensor da terra, morto a tiros por madeireiros ilegais em uma emboscada no Maranhão.

José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo também morreram lutando pela Amazônia em uma emboscada no município de Nova Ipixuna, no Pará.

Dorothy Stang, Chico Mendes, nomes que se empilham através da história, pessoas que, assim como Dom e Bruno, se dedicaram à proteção dos povos e da floresta.

Um levantamento do Human Rights Watch, ONG de defesa dos direitos humanos, mostra que há relação direta entre desmatamento, organizações criminosas, narcotráfico, garimpo e a violência contra ambientalistas no Brasil.

Um relatório da entidade de 2022 aponta que o Brasil é o país mais letal para defensores ambientais.

Entre os anos de 2012 e 2021, trezentas e quarenta e duas pessoas foram assassinadas, mais de 85% delas na Amazônia.

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) também indicou que, de 2009 a 2019, houve mais de 300 mortes no país, registradas em conflitos envolvendo demarcação de terras e recursos naturais na Amazônia.

O ativista e facilitador no grupo Greenpeace Manaus, Matheus Siqueira, afirma que nos últimos anos, a proteção dada a ambientalistas, que já era pouca, piorou por causa de políticas públicas em desfavor do meio ambiente e de quem o defende. (Ouça)

Hoje, a situação no Vale do Javari não é tão diferente do que era antes do crime. Após os homicídios, indígenas da região chegaram a ser ameaçados e atacados

A líder indígena Silvana Marubo relata a insegurança que os povos ainda sentem:

Dom e Bruno.

Dois nomes.

Duas pessoas conhecidas mundialmente pelo destino que tiveram.

Um caso ainda em andamento, sendo esclarecido através dos olhos dos suspeitos. Depois de um ano, as vozes a serem ouvidas são as de Amarildo, Oseney e Jefferson.

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