Reportagem: Rebeca Beatriz
Saudade. Se existe uma palavra para definir o que é conviver com a lembrança de ter perdido alguém de forma tão repentina, esta é a que resume de forma única. Quando essa perda vem acompanhada da imprudência, e aqui, especificamente, em decorrência de acidentes no trânsito, a saudade vem com o ônus da sensação de injustiça e impotência.
A funcionária pública aposentada, Maria das Graças, sabe como é esse triste sentimento. Há 9 meses ela perdeu a sobrinha, que para ela, era como uma filha, em um acidente de trânsito, em Manaus. (Ouça)
A técnica de Enfermagem, Gilcelly Laura, morreu no hospital, e o motorista do carro chegou a ser preso, mas foi solto após pagar fiança. (Ouça)
Para o jornalista Dayson Valente não são 9 meses, mas sim, 9 anos. Em 2014, o primo dele perdeu a vida a caminho de casa após a moto em que ele estava colidir com um ônibus alternativo que seguia na contramão. Ele conta como é viver com a perda. (Ouça)
Experiências como a de dona Maria e a de Dayson não são casos isolados. De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais de 30 mil pessoas perdem a vida no trânsito, todos os anos.
Não é fácil seguir após uma vivência traumática como essa. E por isso, cuidar das emoções e buscar maneiras de enfrentar o luto são fundamentais, conforme explica a psicóloga Luanna Cunha. (Ouça)
Mesmo com todo o apoio necessário, as cicatrizes permanecem. E melhor seria se os acidentes não acontecessem.
Um estudo feito pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação indica que a principal razão dos acidentes de trânsito no país é a negligência dos motoristas.
E diante do alto número de ocorrências, a campanha Maio Amarelo foi criada em maio de 2014 pelo Observatório Nacional de Segurança Viária, com o objetivo de conscientizar motoristas, pedestres e a população em geral sobre como reduzir os riscos de acidentes.
Ao longo de todo o mês, ações são realizadas, com o intuito de reforçar o cuidado e o respeito à vida. Vale um lembrete: 33 mil mortes causadas por acidentes de trânsito. O número não é sobre uma estatística, é sobre vidas.