O mês de agosto concentra 73% do número de focos de queimadas registrados no Amazonas em 2021, com 3 mil e novecentas ocorrências. Em todo o ano, o estado teve cerca de 5 mil e 300 pontos de calor. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais, o Inpe.
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Agosto costuma ser o mais seco do ano na região amazônica. Esse também é o período com os maiores índices de queimadas.
O especialista em mudanças climáticas e físico da Universidade de São Paulo, USP, Paulo Artaxo, destaca que as queimadas contribuem para as altas temperaturas na Amazônia.
Segundo ele, são necessárias mais ações dos governos: “No caso da Amazônia, é fundamental reduzir para zero a taxa de desmatamento. Isso é possível e pode ser feito rapidamente pelos governos”
Além de prejudiciais para o meio ambiente, as queimadas causam problemas de saúde no ser humano.
O médico Carlos Feitoza explica que, por causa do calor e umidade na região, as chances de desenvolver doenças respiratórias aumentam:
“O corpo apresenta irritações, desde oculares a respiratórias. Uma vez que a pessoa esteja próxima à fumaça, ela pode ter problemas respiratórios como rinite e comprometimento pulmonar, que pode levar à bronquites” disse o médico.
Na semana passada, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, FVS, se reuniu com secretarias municipais e estaduais, para definir ações que minimizem os impactos das queimadas à saúde humana.
A preocupação dos órgãos surge a partir do aumento no número de casos de focos de calor no estado.
Reportagem: Cindy Lopes
Foto: Daniel Beltra/Greenpeace