Uma pesquisa apoiada pela Agência da ONU para Refugiados (Acnur), revela que muitos migrantes da Venezuela ficaram sem condições de pagar o aluguel e se tornaram sem-teto.
O estudo revela que 75% das pessoas que perderam a casa foram morar nas ruas. As mulheres representam ainda 80% entre os civis despejados.
O Amazonas é o segundo estado do país que mais abriga venezuelanos, só perde para Roraima. São mais de 20 mil habitantes, segundo a Acnur.
Um fator que contribuiu para que os migrantes recebessem a ordem de despejo foi a falta de contratos de aluguel, o que os deixou expostos à exploração e aos abusos por parte dos proprietários dos imóveis.
Marcelo Haydu é um dos fundadores do Instituto de Reintegração do Refugiado (Adus). Para ele, faltam políticas específicas para os imigrantes, como o acesso a moradias e educação. (ouça)
Muitos daqueles que foram forçados a ir morar nas ruas enfrentam também maiores riscos de discriminação e xenofobia, de exposição à violência e dos filhos abandonarem a escola.
A especialista em Gestão de Políticas Públicas, Rosana Boullosa, afirma que a crise causada pela covid-19 deixou os imigrantes ainda mais vulneráveis. (ouça)
Os dados da pesquisam mostram ainda que apenas um terço das famílias despejadas recebeu alguma forma de assistência após perder a moradia.
Reportagem: Tawanne Costa