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Temperaturas podem aumentar por mudanças climáticas na Amazônia, diz ONU

por Clara Toledo Serafini

Mudanças climáticas aumentarão temperaturas na Amazônia

A elevação das temperaturas na Amazônia, períodos de secas mais prolongados, mais incêndios e prejuízos a saúde humana, são algumas da conclusões, publicadas nessa segunda-feira (09) pelo Painel sobre Mudanças Climáticas da ONU.

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Considerada por especialistas como umas das áreas mais sensíveis às mudanças climáticas, o estudo projeta que o número de dias por ano com temperaturas acima de 35 graus na Amazônia, pode aumentar em mais de 150 dias anualmente, tempo equivalente a quase metade de um ano.

A divulgação do documento ocorre a menos de três meses da Conferência do Clima (COP26), agendada para Glasgow na Escócia e alerta que muitos efeitos do aquecimento global, são irreversíveis nos próximos séculos ou milénios e indiscutivelmente tem o dedo humano.

O colunista internacional da TV Bandnews, Jamil Chade, indica que há um entendimento de que as consequências das mudanças climáticas irão redefinir a forma de vida no planeta:

“Não há mais como pensar ‘ah basta mudar algo na margem e conseguimos conviver’, não conseguiremos. No que se refere ao indivíduo, é justamente adotar uma posição ou uma atitude coerente. Caminhar mais, utilizar o transporte público e claro, isso envolve as autoridades que devem garantir que isso exista”, disse.

O geógrafo e ambientalista, Carlos Durigan, chama a atenção para estudos que já apontam a alta quantidade de dióxido de carbono produzida na região:

“Nós temos um agravante, um estudo recente mostrando que a Amazônia está emitindo mais carbono do que absorvendo. Mais do que nunca nós temos que trabalhar para reduzir esse processo de degradação da floresta e do nosso patrimônio natural. O processo de mudança já está afetando nossas vidas e ainda vai afetar de forma significativa nos próximos poucos anos”, afirmou Durigan.

Em março deste ano, o Instituto do Homem e Meio Ambiente (Imazon), identificou que o desmatamento na Amazônia foi o maior registrado para o mês de março em dez anos.

O pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Niro Higuchi, aponta que os prejuízos sociais e ambientais não são justificáveis, quando se defende uma maior exploração para um retorno econômico:

“O desmatamento causa poluição de mais de 50% das emissões nacionais, em contrapartida nós contribuímos com apenas 8% do PIB. Então é um contrassenso, não faz o menor sentido”, afirmou o pesquisador.

Embora este relatório seja mais claro sobre as desvantagens do aquecimento, os cientistas estão mais esperançosos de que, se as emissões globais de gases do efeito estufa forem cortados pela metade até 2030, será possível interromper e reverter o aumento de temperaturas.

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Reportagem: Ricardo Chaves
Foto: Moriyama/Greenpeace; Mark Garten/ONU

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