Reportagem: Cindy Lopes.
O Amazonas perde um grande nome da música regional.
O saxofonista Rudeimar Soares Teixeira, o Teixeira de Manaus, morreu aos 79 anos, nesta quinta-feira (18), na capital amazonense.
O músico estava há mais de 50 dias internado em UTI, tratando um câncer na hipófise.
Nascido em uma comunidade ribeirinha, chamada Lago do Catalão, entre os rios Negro e Solimões, o pequeno Rudeimar veio para a capital aos oito anos de idade e se tornou músico aos dezoito, já tocando em boates de beira de estrada e nos conhecidos “beiradões amazonenses”.
A música o transformou em “Teixeira de Manaus” e o movimento musical “beiradão” o tornou ícone da região. Ele se tornou um embaixador do ritmo que junta o sax alto com uma mistura de diversos ritmos como carimbó, lambada, forró, xote e música latina.
No início da década 80 começou a gravar o primeiro disco.
O LP foi tão bem recebido pelo público que chegou a vender no Amazonas mais do que disco de Roberto Carlos.
O saxofonista e amigo próximo de. Teixeira de Manaus, Jonaci Barros, fala sobre a falta que fará o músico e também a pessoa:(ouça)
Referência na música amazonense, Teixeira de Manaus é o compositor de sucessos como “Deixa meu sax entrar”, “Lambada pra dançar”, “Vamos cumbiar” e “Balançando o sax”.
Hits que embalaram as antigas gerações e inspiram as novas. Emocionada, a cantora Márcia Novo fala que o artista deixa um legado na música amazonense.(ouça)
O cantor e compositor Hadail Mesquita ressalta a importância de Teixeira para cenário musical:(ouça)
O trombonista da Orquestra de Beiradão do Amazonas, Alexandre Oliveira, conta que a orquestra é inspirada na música de Teixeira de Manaus:(ouça)
No carnaval do ano passado, o saxofonista foi homenageado pela Banda do Boulevard com o tema “Teixeira de Manaus é Beiradão: Cultura do Amazonas em Canção”.
Luís Cláudio Chaves, um dos fundadores e organizadores da Banda, diz que a homenagem foi para que as futuras gerações reconheçam o artista:(ouça)
Em 2023, o ritmo musical “Beiradão” foi reconhecido como patrimônio cultural imaterial do Amazonas.
Neste 2024, o “Beiradão” perde um de seus maiores ícones, Teixeira de Manaus, que deixa um legado para os novos adeptos e mensageiros da música regional.