Apesar da estabilidade no número de casos e mortes pela Covid-19 no Amazonas, a taxa de letalidade está em 3,26% e segue acima da média nacional que é de 2,8%, a menor desde fevereiro.
O índice é o terceiro maior entre os estados brasileiros, ficando atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente.
A cada 100 mil habitantes no Amazonas, cerca de trezentas e 20 pessoas morrem por complicações da doença.
O virologista e pesquisador da Fiocruz Amazônia Felipe Naveca, avalia como o surgimento da variante P.1 impulsionou picos de casos e óbitos no Amazonas.
“[As mutações] vão ocorrer na medida que o vírus vai passando pela população. Essa mutações tem sido observadas em diferentes situações. O que a gente consegue usar, é observar essas mutações e perceber o caminho que o vírus fez até chegar a uma determinada região. Linhagens foram detectadas ao longo das análises que estamos fazendo desde março deste ano. Nós sabíamos que tinham mais introduções, mas não sabíamos que eram tantas e que também não sabíamos que eram quatro que não haviam sido detectadas no Brasil”, disse o pesquisador.
A taxa de ocupação de leitos UTI Covid-19 segue em queda no Amazonas e está em pouco mais de 54%.
A estabilidade de casos e mortes é atribuída ao avanço da vacinação no estado que já alcançou a população de 18 anos na capital.
Apesar disso, o epidemiologista Jesem Orellana, alerta para os novos casos de infecções e o risco de surgimento de novas variantes que podem até tirar a imunidade de quem está vacinado:
“Isso pode nos fazer – simplesmente – a voltar a estaca zero dessa luta contra a covid-19” afirmou o cientista.
Entre os estados com menor taxa de letalidade, Roraima lidera com 1,55%, seguido por Amapá com 1,57% e Santa Catarina, com 1,61%.
Atualmente o Amazonas encontra-se na fase laranja, que representa risco moderado para transmissão de Covid.
Reportagem: Cindy Lopes
Foto: Agência Brasil