Reportagem: Eros de Sousa
O secretário de estado do Meio Ambiente alerta que os efeitos da seca no ano que vem ainda vão ser profundos. Eduardo Taveira falou sobre a situação durante reunião do Comitê do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas do Amazonas, ocorrida na sede da Sema.
Órgãos federais e entidades da sociedade civil se uniram para apresentar resultados da seca histórica deste ano, além discutir estratégias para mitigação dos efeitos da estiagem em 2024.
Segundo o secretário de Estado de Meio Ambiente, Eduardo Taveira, a expectativa é que seca seja mais forte no próximo ano. (Ouça)
No mês passado, o Comandante do Corpo de Bombeiros do Amazonas, Orleilso Muniz, afirmou na Assembleia legislativa do Estado que a expectativa é que os efeitos da seca sejam ainda mais severos em 2024. (Ouça)
Neste ano, o Amazonas sofre com uma seca histórica. O Rio Negro chegou a marcar 12,70 metros, o menor nível já registrado na história.
Em setembro deste ano, especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), e do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) alertaram para a possibilidade do estado enfrentar seca jamais vista.
Isso devido a dois fenômenos que ocorreram juntos apenas duas vezes na história, o El Niño e o aquecimento do Atlântico Tropical norte, logo acima da linha do Equador, responsáveis por inibir a formação de nuvens e reduzir o volume de chuvas na região.
Os dois fenômenos só ocorreram juntos duas vezes neste século: em 2005, 2010 e agora neste ano.
A seca chegou a afetar mais de 600 mil pessoas no Amazonas e mais de 150 mil famílias em todo o estado.
Segundo o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros (CBMAM), Josélio Monteiro, um dos principais aliados para o combate a estiagem do próximo ano será o Fundo Amazônia. (Ouça)
Para a seca de 2024 será aumentada a estrutura do Corpo de Bombeiros. O Amazonas também planeja, com o apoio do Governo Federal, auxiliar os municípios com maior concentração de queimadas, fazendo uma cobertura integrada de antecipação do cenário de estiagem.