Reportagem: Eros de Sousa
As crianças da região norte são as mais afetadas pela má alimentação, segundo um estudo da Universidade federal do Rio de janeiro.
A pesquisa mostrou que essas crianças, com menos de 7 anos de ensino formal, de cor de pele parda e com renda domiciliar per capita de até meio salário-mínimo, apresentam os menores quocientes de desenvolvimento na primeira infância no Brasil.
Os dados destrincham como as desigualdades sociais no país afetam o desenvolvimento infantil e contou com a participação de quase quinze mil crianças, com menos de cinco anos, residentes em 123 cidades no Brasil.
A pesquisa foi coordenada pelo professor do departamento de nutrição da UFRJ, Gilberto Kac. Ele explica que o trabalho pretender servir como guia para políticas públicas relacionadas a alimentação infantil no país. (Ouça)
O estudo usou variáveis como região, raça ou cor de pele da criança, escolaridade materna e renda familiar e concluíram que o Brasil está abaixo do esperado em relação aos marcos do desenvolvimento para a faixa etária de até 5 anos.
Foram usados quocientes de desenvolvimento, que vão de 0 a 1, sendo 1 o valor de referência, o Brasil apresentou um quociente de 0,93.
Em relação à região norte do país, o índice foi de 0,87. As crianças do sudeste atingiram o quociente de 0,96.
Quando analisado apenas a raça/cor, quociente ficou em 0,90 para as crianças pardas, 0,94 para as pretas e 0,96 para as brancas.
A especialista em educação na primeira infância, Mariana Monto, explica que a má alimentação tem influência direta no crescimento e aprendizado dessas crianças. (Ouça)
Mais de 340 pesquisadores participaram do estudo chamado de Desigualdades e desenvolvimento na primeira infância: resultados do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil.