Reportagem: João Felipe Serrão
Abandonado pelo poder público, o Terminal Rodoviário Engenheiro Huascar Angelim, a rodoviária de Manaus, hoje é mantido pelos permissionários e pelas empresas de transporte que atuam no local.
Inaugurada no dia 23 de setembro de 1980, no Bairro Flores, zona centro-sul, a rodoviária completou 42 anos de funcionamento este ano e nunca recebeu uma reforma, apenas reparos na pintura, isso em 2014, às vésperas da Copa do Mundo.
Os trabalhadores do terminal são quem cuidam da manutenção, como destaca José Raimundo Cordeiro, presidente da Associação dos Permissionários da Rodoviária, em audiência da Assembleia Legislativa do Amazonas. (Ouça)
Os comerciantes vendem comida, revistas, bebidas, aparelhos eletrônicos e outros produtos no espaço. O Sindicato dos Transportes Especial e Intermunicipal (Sindespecial) estima que 50 mil pessoas passem pelo terminal rodoviário diariamente.
A permissionária Maria Ribeiro trabalha na Rodoviária há 29 anos. Ela afirma que o poder público podia se fazer mais presente, para melhorar as condições do local, que se encontra precarizado. (Ouça)
Neste ano, a prefeitura de Manaus informou que há tratativas junto com o Governo do Amazonas para que a rodoviária seja transferida para onde hoje é o Terminal 6, no bairro Lago Azul, na zona Norte de Manaus.
A Defensoria Pública lançou uma consulta pública para avaliar a opinião da população sobre a mudança.
O permissionário Junior Oliveira se diz contra o projeto por causa de questões logísticas. (Ouça)
Quem também se diz insatisfeita com a possível mudança da rodoviária para o bairro Lago Azul é a Maria Ribeiro, que ouvimos anteriormente.
Ela destaca que muitos passageiros que utilizam o terminal vem do interior do Amazonas, normalmente em busca de assistência médica. De acordo com Maria, essas pessoas são humildes e não tem como se deslocar pela cidade. (Ouça)
A rodoviária de Manaus faz o embarque e desembarque de passageiros para o interior do Amazonas, para cidades de Roraima, Rondônia e também para a Venezuela.