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Pagamento de pensão a filhos de hansenianos que foram separados dos pais vira Lei

por Liandre Coutinho

A hanseníase é conhecida desde as Antigas Civilizações e já recebeu muitos nomes – como lepra, morféia ou mal de Lázaro.

É uma doença infecciosa e de evolução crônica, causada por uma bactéria.

Mas indo além do preconceito associado à hanseníase, há um cenário histórico, social e de saúde pública que vai de encontro às histórias de muitas famílias.

E, em Manaus, não é diferente.

Isso por conta das políticas de profilaxia da lepra, ou seja, a prevenção contra a doença através do isolamento compulsório, conforme explica o historiador Fábio Augusto. (Ouça)

Segundo uma estimativa do Movimento de Reintegração dos Acometidos pela Hanseníase, há cerca de 5,5 mil pessoas que chegaram a ser isoladas compulsoriamente e ainda estão vivas.

A professora e historiadora, Gleice Oliveira, explicou que, em Manaus, esses grupos de pacientes eram levados para a Vila de Paricatuba, localizada às margens do rio Negro, no município de Iranduba. (Ouça)

Fábio ainda afirmou que a Vila precisou ser desativada por questões sanitárias. E, assim, surgia a Colônia Antônio Aleixo, localizada a 20 km do centro de Manaus. (Ouça)

Como o próprio nome sugere, a nova “colônia” permitia uma convivência isolada para os hansenianos.

Mais adiante, em dezembro de 1978, o então governador do Amazonas, ministro Henoch Reis, assinou o decreto que desativou o leprosário dessa região.

Porém, as medidas políticas não tratavam do preconceito relacionado à doença, tampouco ofereciam condições dignas para as famílias que moravam na Colônia Antônio Aleixo.

A professora Gleice ressaltou como os filhos de pessoas hansenianas não podiam ter contato com os próprios pais. (Ouça)

No dia 24 de novembro, foi sancionada a lei que institui o pagamento de pensão para os filhos separados dos pais, isolados em colônias de pacientes com hanseníase no século passado.

A estimativa do Movimento de Reintegração dos Acometidos pela Hanseníase é que cerca de 15 mil pessoas podem ser beneficiadas diretamente pela nova lei.

O Ministério da Saúde contabiliza, em média, 21 mil novos casos de hanseníase por ano no país e tanto o diagnóstico, quanto o tratamento, são totalmente gratuitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil ocupa a 2ª posição do mundo entre os países que registram casos novos.

A infecção por hanseníase acomete pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade.

Alguns dos sintomas são manchas pelo corpo, alteração da sensibilidade da pele, dor, formigamento e nódulos no corpo.

Os casos de hanseníase são diagnosticados por meio do exame físico geral, dermatológico e neurológico.

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