O índice de mortalidade infantil atual é 19,77%, segundo os dados levantados pelo Índice de Gestão Municipal Aquila (IGMA), a partir do programa Estratégia de Saúde da Família (ESF). De acordo com o Ministério da Saúde, na região Norte, o Amazonas, Roraima, Acre e Amapá somam juntos 80% dos casos.
Entre as principais causas da mortalidade infantil estão a falta de assistência e de instrução às gestantes, ausência de acompanhamento médico, deficiência na assistência hospitalar, desnutrição, déficit nos serviços de saneamento ambiental, entre outros.
O professor de políticas públicas, Eduardo Galvão, faz uma análise dos dados e da perspectiva no cenário público. Eduardo diz que o esforço deve ser direcionado, pois 80% do problema está concentrado em apenas 20% dos municípios. Ou seja, completa o especialista, “uma atenção concentrada a esses munícipios já seria capaz de trazer um grande impacto nas políticas públicas”
Mesmo sendo um índice importante, medir a mortalidade de bebês traz implícito um incômodo, pois é um questionamento a respeito da responsabilidade que sociedade e Estado possuem nesse quadro.
Segundo o médico pediatra Alexandre Nikolay, uma das principais causas que levam ao óbito infantil é a falta de vacinas para recém-nascidos. “A desidratação, pneumonia, infecções de modo geral e a falta da assistência médica adequada no pós-natal, período em que a criança acaba de nascer, levam à não indicação de vacinas e consequentemente da infecção evitável”
O levantamento também mostrou que 71% dos municípios brasileiros apresentam cobertura do programa de Saúde da Família acima ou igual a 90%. Em contrapartida, ainda existem 10% de municípios brasileiros nos quais a abrangência é menor que 50%, o Pará lidera o ranking.
Ainda com os índices altos, dados divulgados pela OMS que sinalizam diminuição de 73% da mortalidade infantil no Brasil nos últimos 25 anos. O relatório Níveis e Tendências da Mortalidade Infantil 2015 apontou que o índice de mortes entre crianças brasileiras menores de 5 anos passou, em 1990, de 61 óbitos para cada mil nascidas vivas para 16 óbitos para cada mil nascidas vivas em 2015.
“Assim sendo, ainda há muito trabalho a ser feito para que cada criança tenha a oportunidade justa de sobreviver, mesmo em países com baixos índices de mortalidade infantil”, concluiu a OMS.
Texto: Tawanny Costa com informações da Agência Brasil
Foto: Marcello Casa Jr/Agência Brasil