Reportagem: Liandre Coutinho.
Muito além das homenagens e comemorações, o Dia Internacional das Mulheres serve para fazer uma reflexão sobre os problemas relacionados à desigualdade de gênero.
É o caso, por exemplo, da realidade dos setores de tecnologia e computação.
A técnica de informática Milena Monteiro relata que já foi diminuída pelos colegas de profissão.(Ouça)
Em outras áreas, como a pesquisa científica, a diversidade de gênero também é um tema delicado.
Segundo os cadastros ativos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam), o número de mulheres com título de mestrado já desponta com mais de 60% de participação.
Mas além dos episódios de assédio durante a graduação, a mestranda em zoologia Karoline Souza conta que muitas vezes se sentiu insegura sobre a carreira escolhida.(Ouça)
Já no mercado de trabalho, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, no final de 2022, a diferença de remuneração entre homens e mulheres ultrapassou 20% – mesmo que elas trabalhem, em média, três horas a mais por semana.
Apesar da diferença de tratamento, a diversidade é um elemento essencial, por exemplo, no ambiente corporativo.
Mesmo que certas concepções dificultem esse processo, como explica a presidente-executiva do Grupo Sabin, Lídia Abdalla.(Ouça)
De acordo com a socióloga Ana Cláudia Chaves, o cenário de desigualdade de gênero está diretamente relacionado ao processo de construção da sociedade brasileira.(Ouça)
Para a Organização das Nações Unidas, empoderar mulheres e promover a equidade de gênero garantem o fortalecimento das economias, a melhoria da qualidade de vida e também contribuem para o desenvolvimento sustentável.
Isso é, inclusive, um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela Organização.
Ano após ano, o dia 8 de março é um marco simbólico para destacar os desafios enfrentados pelas mulheres e promover o protagonismo feminino.