O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) aponta que o chorume produzido pelo lixão administrado pela Prefeitura de Manaus, localizado na rodovia AM 010, já polui o igarapé Acará, que fica no bairro Lagoa Azul, zona norte.
A informação é do documento Panorama da Destinação Final de Resíduos Sólidos Urbanos na Cidade de Manaus, elaborado pelo instituto.
Neste domingo (6), a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema) alertou que o aterro de Manaus pode gerar desastre ambiental semelhante ao que ocorreu em Goiânia.
Desde 2014, o Ipaam não renova a licença de operação do aterro sanitário da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp). A previsão era que o lixão fosse desativado desde 2006, mas o município recorreu da decisão administrativa do Ipaam.
Agora, por decisão judicial, o aterro funcionará até 2028. Até lá, o município trabalha junto à iniciativa privada para construir um outro aparelho sanitário já alvo de embargo do Ipaam.
Em maio do ano passado, o aterro apresentava uma altura de 150 metros. Essa altura é volume de lixo compactado por dia que, segundo a Semulsp é de 2,5 toneladas por dia, o que é questionado por especialistas.
A engenheira florestal, doutora Fabiana Rocha, afirma que a altura ideia seria entre 100 e 120 metros. Por causa disso, Fabiana ainda alerta que a bacia de capitação de chorume não consegue mais tratar o resíduo despejado.
Em 2023, o Ipaam negou a ampliação lateral do atual aterro e argumentou que a área não possui obstáculos naturais para evitar possível deslizamento ou explosão dos resíduos compactados que seriam despejados diretamente na avenida das Flores e AM 010.
No mês passado, o aterro de Padre Bernando em Goiânia desmoronou e despejou ao menos 40 mil metros cúbicos de resíduos em uma área de conservação ambiental.
Por Jefferson Ramos.