A hidrelétrica de Balbina, no rio Uatumã, interior do Amazonas, oferece risco de inundação para comunidades que vivem próximas à usina. Isso porque o nível do reservatório de água está próximo do limite. A capacidade máxima é da cota de 50 metros.
A situação tem preocupado 1.300 moradores da região que podem ser atingidos com a elevação da água em meio às constantes chuvas na região amazônica.
A agricultora Ryna Martins, que afirma já está sendo afetada pelo avanço da água, por causa da cheia, outro problema enfrentado neste período por quem vive na região. (Ouça)
Ryna relata a preocupação dos moradores com a cheia consequente da liberação da água pela usina. (Ouça)
Os últimos dias foram marcados por um embate jurídico entre a Prefeitura de Presidente Figueiredo e a Eletronorte, concessionária responsável pela operação. A questão é a abertura das comportas, que não pode ser feita em grande intensidade.
Nessa terça-feira, a Justiça do Amazonas revogou liminar que proibiu a vazão da água, após um acordo entre as duas partes.
Representantes da usina se comprometeram a promover uma série de ações para minimizar prejuízos, como a doação de combustível para transportar insumos; doar cestas básicas e alugar embarcações que atendam as pessoas atingidas.
Segundo a prefeitura de Presidente Figueiredo, a previsão é que algumas comunidades fiquem isoladas por 90 dias, dependendo das chuvas na região.
Na avaliação do Biólogo do Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Philip Fearnside – autor de estudos sobre o impacto da Hidrelétrica de Balbina -, o custo da estrutura acaba dando mais prejuízos do que benefícios. (Ouça)
De acordo com o biólogo, Balbina é uma fábrica de gases de efeito estufa, emitindo muito mais que uma termoelétrica, além de causar outros impactos ambientais.
Segundo estudos, durante a instalação em 1989, o reservatório inundou uma área de quase 3.000 quilômetros quadrados, afogando florestas submersas e de terra firme.