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Estados da Amazônia despejam 900 piscinas olímpicas de esgoto por dia, aponta Trata Brasil

por Clara Toledo Serafini

 

Reportagem: Ricardo Chaves

O dia 5 de setembro é a data em que desde 2007 o Brasil celebra o Dia da Amazônia. O período, além de recordar a importância de se preservar a maior reserva natural do mundo, traz um alerta sobre a falta de cuidados que ainda persistem no ecossistema de maior biodiversidade do planeta e no dia a dia do povo que nela vive.

Apenas 14% da população que mora na Amazônia é atendida com coleta de esgoto e somente 20,6% desse o esgoto gerado é tratado.

Os dados são do Instituto Trata Brasil e revelam o grau de impacto produzido pelos sete estados da região Norte, somados a Mato Grosso e Maranhão, que despejam, diariamente, quase 900 piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento.

A ausência dos serviços de coleta e tratamento acarretam em diversas ações prejudiciais ao meio ambiente.

Além de deteriorar os rios, a saúde da população é diretamente afetada, uma vez que a água contaminada estimula a propagação de doenças associadas à falta de saneamento.

Os números, presentes no Painel Saneamento Brasil, apontam que na região Norte ocorreram mais de 21 mil internações por doenças de veiculação hídrica, com incidência de 13,34 casos por 10 mil habitantes.

Para se ter uma ideia, isso representa mais do que o dobro da média nacional.

Dados que, para a presidente executiva do Trata Brasil, Luana Pretto, expõem a preocupação da necessidade de se avançar ainda mais nos serviços de esgotamento sanitário. (Ouça)

Em todo país há em média cerca de 130 mil internações por ano por doenças associadas à falta de saneamento, em que a incidência por 10 mil habitantes foi de 6,04 casos.

Até o dia 5 de setembro de 2023, o Brasil despejou cerca de 5 mil e 500 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento, lançadas diariamente.

Para Luana Pretto, é urgente a existência de uma agenda pública que evite a deterioração do meio ambiente. (Ouça)

Um dos grandes eventos do mundo para debater sobre o meio ambiente e ações sustentáveis, a COP-30 acontecerá em novembro de 2025, em Belém do Pará, a primeira na Amazônia.

Até lá, a cidade terá a tarefa de melhorar índices como o de saneamento básico e abastecimento de água e tratamento de esgoto.

Dados do Ranking do Saneamento 2023, elaborado pelo Instituto Trata Brasil, revelam que Belém está na 5º pior colocação quando o quesito é tratamento de esgoto.

O índice de moradores atendidos com a coleta na capital paraense é de 17,12%. Nas maiores cidades brasileiras, a média de esgoto coletado é de quase 77%.

Os números apontam o grau de desafio que a capital do Pará terá até os olhos do mundo se voltarem para o bioma palco das atenções do planeta na 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas em 2025.

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