Reportagem: Liandre Coutinho.
Com a riqueza gerada pela exploração da borracha, o plano urbanístico de Manaus resultou em um perfil arquitetônico europeu, mesmo que dentro da selva.
Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), entre os anos 1890 e 1910, a “Metrópole da Borracha” ou “Paris dos Trópicos” passou a receber pessoas de várias partes do Brasil e do mundo, grupos que deixaram várias influências na região.
E é em meio a esse legado que produtores culturais de Manaus vêm tentando repensar a própria arte.
Um exemplo é o espetáculo teatral “Cê Virou Planta”, da companhia Soufflé de Bodó em parceria com o Coletivo Nupramta (Núcleo de Práticas Meditativas no Treinamento do Artista).
A produção propõe a representação do luto e traz reflexões sobre as influências da colonialidade moderna em noções de classe, gênero, ancestralidade e poder.
Um dos diretores, Francis Madson, deixa o convite para a estreia do espetáculo, marcada para esta quinta-feira (25).(ouça)
Espetáculos como o “Cê Virou Planta” são um dos exemplos para uma reflexão mais aprofundada sobre o aspecto histórico de Manaus em forma de arte.
E é assim que o artista visual e fotografo André Cavalcante Pereira propõe um novo olhar sobre a cidade através dos projetos dele.(ouça)
A chamada “decolonialidade” se refere a um processo de ressignificação da própria história.
Em Manaus, a expressão é trazida à tona em manifestações culturais de diferentes locais, especialmente no centro histórico da cidade.
O mestre e doutor em educação, professor Robert Rosas, explica a origem do termo e a relevância dele para a nossa Paris dos Trópicos.(ouça)
Os conceitos que envolvem a cultura costumam ser complexos e atravessam uma série de tradições relevantes na forma como nos relacionamos com o mundo.
Por isso, a arte é uma ferramenta essencial para repensar a tal “Paris dos Trópicos” e valorizar os aspectos regionais.