O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam) critica o projeto de lei que propõe instituir em Manaus as Escolas Cívico-Militares.
Em entrevista à BandNews Difusora FM, a presidente da entidade, Ana Cristina Rodrigues, avalia que a proposta não representa uma inovação pedagógica e pode causar a exclusão de estudantes, provocar adoecimento mental tanto em professores quanto em alunos e promover a desigualdade de oportunidades.
A proposta começou a tramitar na Câmara Municipal de Manaus (CMM) este ano. Pelo texto, o objetivo é promover a melhoria da qualidade do ensino público, elevar os índices educacionais, combater a evasão escolar e reduzir a vulnerabilidade social. A matéria é de autoria do vereador Rodrigo Sá (PP).
No entanto, para Ana Cristina Rodrigues, o desempenho escolar deve ser tratado de forma mais ampla e pedagógica:
A presidente do Sinteam avalia que a implementação do modelo irá promover a exclusão de estudantes e pode causar adoecimento mental em professores e alunos:
Para Ana Cristina, o ideal seria promover educação de qualidade em todas as escolas da rede pública:
Pelo texto da matéria, a implementação do programa na escola municipal que queira aderir ao modelo de gestão dependerá de consulta prévia à comunidade escolar.
O texto propõe a atuação de policiais militares e bombeiros militares da reserva em escolas de Ensino Fundamental II, com foco em disciplina e atividades extracurriculares.
O modelo de gestão, que combina a participação de profissionais da educação com a de militares da reserva, surgiu em 2019, como proposta do Governo Federal, à época ocupado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O modelo enfrentou críticas em cidades como São Paulo, Belo Horizonte e Salvador, apesar de funcionar em escolas estaduais desses estados. No Amazonas, o modelo de gestão foi mantido após o governo Lula encerrá-lo em âmbito federal.
Por Ricardo Chaves.