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Em 11 anos, área de influência da BR-319 na Amazônia tem recorde de desmatamento

por Clara Toledo Serafini

Em 11 anos, área de influência da BR-319 na Amazônia tem recorde de desmatamento

Dos mais de um milhão de hectares de floresta derrubados na Amazônia Legal no último ano, 15% são na área de influência da rodovia BR-319, correspondente a cerca de 150 mil hectares.

Em 11 anos, área de influência da BR-319 na Amazônia tem recorde de desmatamento. Foto: DNIT

O aumento é de 41% de desmatamento em relação a 2020 somente na região da rodovia. O maior número registrado desde 2010. Os dados são do relatório produzido pelo Observatório BR-319, divulgado nessa segunda-feira (07).

As análises mostram que o Amazonas, por onde passa a maior parte da rodovia, vem se consolidando entre os estados que mais destroem a floresta.

Para a pesquisadora, Paula Guarido, responsável pelo relatório, a situação do desmatamento na região está diretamente ligada ao processo de licenciamento da BR. (ouça)

Dos 13 municípios monitorados pelo Observatório BR-319, 11 tiveram o maior número de desmatamento nos últimos 11 anos. Lábrea, Humaitá, Manicoré, Canutama e Tapauá, no Amazonas, além de Porto Velho, em Rondônia, tiveram os maiores índices de floresta derrubada.

Os registros de focos de calor também foram preocupantes no ano passado com cidades da área de influência da BR batendo recorde para os últimos 12 anos.

O ambientalista Carlos Durigan, que faz parte do Observatório, avalia que o processo de repavimentação na rodovia deveria ser mais criterioso. (ouça)

O relatório destaca ainda que o desmatamento e os focos de calor afetaram também as Áreas Protegidas na região da rodovia. A Reserva Extrativista (Resex) Jaci-Paraná e a Terra Indígena (TI) Karipuna, em Rondônia, apresentaram os maiores índices.

Paula Guarido alerta para os riscos que afetam as comunidades que vivem na região.

O monitoramento do Observatório é feito em 13 municípios dos estados do Amazonas e de Rondônia, em 42 Unidades de Conservação (UCs) e 69 Terras Indígenas (TIs) com base em dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), Imazon, e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O relatório será encaminhado para autoridades e órgãos competentes para orientar a tomada de decisões a respeito da rodovia.

Reportagem: Cindy Lopes

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