Prestes a completar 36 anos de profissão no Ministério Público do Amazonas, a ouvidora-geral e procuradora de Justiça do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), Jussara Pordeus, conversou sobre os desafios da profissão, com o radialista Valdir Correia, nesta terça-feira (28), na programação especial da mulher pela Campanha “Elas Têm o Poder”.
Muito conhecida no meio jurídico e acadêmico pela capacidade, inteligência e competência, a procuradora descreveu a sua trajetória como exitosa. “Bem, eu posso dizer que no início da minha carreira, eu privilegiei muito o Ministério Público, sacrificando um pouco a família, já que a carreira do MP, da magistratura se inicia no interior do Estado. Hoje, apesar de ter múltiplas funções no Ministério Público, na universidade, no doutorado e eu consegui um equilíbrio maior (…) e aos poucos vamos amadurecendo e conseguindo equilibrar a vida pessoal e a profissional, conciliando trabalho e família”, pontuou.
Em um período de pouco mais de um ano trabalhando no interior, Jussara passou por três comarcas do Estado em que a vida era precária e relembra como conseguiu lidar com as situações que hoje é possível acompanhar por meio do projeto Ouvidoria Itinerante.
“Em Santa Izabel do Rio Negro e lá não tinha restaurante, não tinha hotel e, se quer padaria. (…) até restrição alimentar nós tínhamos, porque não tinha carne, o rio é de alto risco a navegação, porque é cheio de corredeira, de pedras e não dá peixe. Então naquela região o que se comia era frango, frango e frango. Mas era muito gratificante porque a presença das autoridades (juiz e promotor) no interior significa muito”, relembra dos desafios.
Durante a entrevista, a promotora Jussara Pordeus informou que carrega um sentimento de gratidão da oportunidade de ocupar espaços de destaque no MP.
“É um sentimento muito mais de gratidão. Essa é uma profissão que você está fazendo o bem para a população. (…) Hoje, após a constituição de 1988, o Ministério Público é visto muito mais como defensor da sociedade, dos direitos sociais, coletivos e mais. A atuação do MP na saúde, educação, na proteção e defesa do idoso, do deficiente, do consumidor, do meio ambiente, da criança e adolescente é muito mais abrangente. Ele (MP) passou a ter uma atividade extrajudicial onde ele consegue resolver inúmeros problemas da população, sem precisar ir ao poder judiciário”, frisou.
Sobre a presença de mulheres nos cargos de poder nas instituições públicas, a procuradora diz que elas são eficientes e possuem outras qualidades importantes para a própria realização da Justiça. “Eu já tive até a oportunidade de pesquisar um pouco o tema e eu vejo que em algumas áreas, a sensibilidade da mulher, a determinação, a dedicação, são tão importantes quanto a competência. Porque em algumas áreas isso é muito necessário, tanto que na própria formação hoje do magistrado, do membro do ministério público é importante uma multidisciplinariedade (…) você precisa deixar os seus padrões de lado, o seu preconceito, o pensamento pessoal e você ir pra ciência social e a sua sensibilidade e nisso ela (mulher) dá show”, garantiu, ao reforçar a atuação de mulheres (magistradas e promotoras), como por exemplo, na área que envolve a proteção da mulher baseada na Lei Maria da Penha.
A entrevista completa você confere no YouTube da Difusora:
Elas Têm o Poder
A Campanha “Elas Têm o Poder” é uma programação especial do grupo Rede Difusora de Rádio voltada às mulheres. Durante todo o mês de março serão realizadas entrevistas, homenagens, debates, reportagens e podcasts sobre o poder que a mulher tem para mudar os locais em que estão inseridas e os desafios que ELAS ainda enfrentam na atualidade.
Parceiros
A Campanha “Elas Têm o Poder” é realizada com muita honra pela Rede Difusora do Amazonas e tem o apoio do Grupo ATEM, Empresa Tectoy, Irmãos Lima Atacadista, Governo do Amazonas e Apa Móveis.