Com o retorno das sessões presenciais da Câmara Municipal de Manaus (CMM) nesta semana e discussões na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) para o fim das sessões híbridas, a rádio BandNews Difusora FM consultou a situação vacinal dos detentores de mandatos nas duas casas parlamentares.
Ao todo, 11 vereadores e nove deputados estaduais não completaram o esquema vacinal ou não tomaram sequer a primeira dose da vacina contra a Covid-19.
Os números representam cerca de 37% do total de parlamentares da Aleam. Para se ter uma ideia é um porcentual maior do que o total da população de Manaus que ainda não tomou a terceira dose da vacina. Até esta quarta-feira (06), representava 29% das pessoas, de acordo com dados do vacinômetro.
O levantamento foi realizado na plataforma Imuniza Manaus, que registra as doses da vacina e mostra o prazo para que as pessoas retornem aos postos de imunização para tomar o reforço contra o coronavírus.
Um vereador da capital e uma deputada não constam no sistema Imuniza Manaus: a deputada estadual Nejmi Aziz (PSD) e o vereador Marcel Alexandre (Avante).
Além dos que não aparecem no registro como vacinados também tem aqueles que não completaram o ciclo vacinal, são eles: os deputados Felipe Souza (Patriota), Dermilson Chagas (Republicanos) e Fausto Júnior (União Brasil) que não tomaram a terceira dose do imunizante.
Delegado Péricles (PL), Wilker Barreto (Cidadania) e Ricardo Nicolau (Solidariedade), que integram a Comissão de Saúde e Previdência da Aleam, estão com esquema vacinal atrasado.
Os deputados estaduais Serafim Corrêa (PSB) e Belarmino Lins (Progressistas) ainda não tomaram a quarta dose, que é o imunizante de reforço contra a Covid-19. Na Câmara Municipal de Manaus (CMM), 26% dos vereadores não completaram o ciclo vacinal.
O vereador Diones Carvalho (Patriota), que integra a Comissão de Saúde da CMM, tomou apenas uma dose da vacina. O vereador Doutor Eduardo Assis (Avante), que também faz parte da comissão, não tomou a terceira dose.
Os vereadores professor Samuel da Costa (PL), Caio André (PSC), Capitão Carpê (Republicanos), Eduardo Alfaia (PMN), Kennedy da Anjos de Rua (PMN), Raiff Matos (Democracia Cristã), Raulzinho (PSDB) e Thaysa Lippy (Progressistas), não tomaram a terceira dose da vacina contra o coronavírus.
Em ato publicado nessa segunda-feira (06), a Mesa Diretora da Câmara Municipal determinou o fim das sessões híbridas e facultou o uso de máscaras de proteção respiratória, enquanto perdurar a pandemia da Covid-19. Decisão parecida foi tema de proposta do deputado Berlarmino Lins (Progressistas), à Mesa Diretora da Casa nesta quarta-feira (06).
A Câmara Municipal de Manaus (CMM) não detalha se o comprovante vacinal será cobrado para que servidores ou parlamentares possam frequentar o espaço. Até está quarta-feira (06), mais de 80% da população da capital tomou ao menos a primeira dose da vacina. O número cai para 68%, considerando a quantidade que se imunizou com a segunda dose.
Na avaliação do epidemiologista da Fiocruz Amazônia, Jesem Orellana ter ao menos duas doses da vacina contra a covid-19 já é por si só algo favorável, mas não suficiente. (Ouça)
Com a vacinação contra a Covid-19 já disponível para adultos de todas as faixas etárias no Brasil, deixar de se imunizar se tornou uma escolha particular, no entanto, no caso de parlamentares e autoridades uma falta de compreensão de seu papel na sociedade.
Como explica o sociólogo e colunista da BandNews Difusora FM, Marcelo Seráfico. (Ouça)
Para o pesquisador da Fiocruz, Jesem Orellana, os parlamentares, salvo raras exceções, perdem a oportunidade de estabelecer uma relação mais transparente e um maior compromisso com a sociedade. (Ouça)
A BandNews Difusora procurou as assessorias dos parlamentares citados na reportagem.
Em nota, o vereador Caio André (PSC), disse que não tomou a terceira dose devido a um quadro grave inflamatório causado por erisipela, uma doença causada por bactérias na pele. Até esta sexta-feira (08), ele deve completar o ciclo vacinal.
Segundo a assessoria, o vereador Kennedy da Anjos de Rua (PMN), deixou de vacinar por ter contraído esporotricose e ainda estar em tratamento.
Procurada, a assessoria do vereador Raulzinho (PSDB), respondeu que trata-se de um ato subjetivo e pessoal.
Até o fechamento da reportagem os demais vereadores e deputados que constam no sistema com o ciclo vacinal atrasado ou não tomaram vacina não enviaram posicionamento.
A reportagem questionou a Câmara Municipal de Manaus e a Assembleia Legislativa do Amazonas e ainda aguarda posicionamento.