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Aulas remotas e problemas de internet: alunos do AM relatam desafios de estudar em meio à seca

por Clara Toledo Serafini

 

Reportagem: Liandre Coutinho

Desde o último boletim sobre a estiagem, todos os municípios do Amazonas estão em situação de emergência. Os efeitos vão muito além dos fatores econômicos e ambientais, pois a educação básica tem sofrido prejuízos com a seca dos rios. Até o momento, cerca de 7.400 alunos da rede estadual foram impactados, dos quais mais de 90% estão no interior.

Com a estiagem severa deste ano, os estudantes de comunidades ribeirinhas e áreas rurais da capital não conseguem chegar à escola devido ao baixo nível dos rios.

Como alternativa, as aulas passaram a ser à distância, pela internet. A interação entre professor e aluno, inclusive, é realizada por aplicativos de mensagem e as provas são levadas por transportadores.

A moradora de Urucurituba, no interior do estado, Clissia Gama, relata as dificuldades sentidas pelas turmas das comunidades Costa do Amazonas e Costa do Raminho, às margens do rio Amazonas. (Ouça)

A situação é ainda mais grave para os alunos que realizam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste ano. A primeira prova foi aplicada nesse domingo e a segunda será no próximo domingo, dia 12.

Alunos da Comunidade do Catalão, próxima ao encontro das águas, denunciam os problemas neste ano letivo. Para Renner Martins, além do nervosismo para o Enem, o sentimento é desvantagem por causa da seca. (Ouça)

O enem é uma das formas mais populares de concorrer a uma vaga em universidades de todo país, sejam elas públicas ou mesmo privadas. Mas os estudantes finalistas da rede estadual se sentem prejudicados com a estiagem registrada neste ano.

Outro aluno, também do Catalão, Alisson Paz, diz que é difícil não fazer comparações com as aulas presenciais, que ele considera mais produtivas. (Ouça)

Os alunos também destacam os problemas de conexão com a internet e a falta de auxílio para custear o ensino online. Uma estudante, que prefere não se identificar, relata que não há apoio necessário e “cada um tem que dar o seu jeito”. (Ouça)

O ensino remoto é utilizado desde meados de setembro. A Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar afirma estar empenhada na garantia do aprendizado e da segurança dos alunos.

O “Projeto Aula em Casa – Temporada estiagem 2023” foi tomado para diminuir os prejuízos da seca e cumprir o ano letivo.

No entanto, a pasta não respondeu sobre os pontos abordados na reportagem de problemas no aprendizado dos alunos.

O Ministério da Educação e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira também foram questionados sobre a realização do Enem e quais medidas podem ser tomadas pelos alunos que se sentem prejudicados pelos efeitos da estiagem. A produção aguarda uma resposta.

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