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Após prisão, ex-alunos e colegas de técnico de vôlei dizem que casos de abuso sexual eram omitidos há anos

 

Reportagem: Liandre Coutinho

Ex-alunos e ex-colegas de trabalho do técnico de vôlei Walhederson Brandão afirmam que os casos de assédio e abuso sexual eram omitidos há anos. Em condição de anonimato à BandNews Difusora, pessoas que acompanharam de perto a atuação do treinador relataram os crimes cometidos em diferentes locais.

A mãe de um atleta de vôlei sentado fez denúncia contra o professor em junho deste ano, após situações vivenciadas pelo filho dela no Ginásio Poliesportivo Luciano Soares de Souza, zona Centro-Sul.

Walhederson era o treinador do time de vôlei sentado e ofereceu R$ 400,00 para o rapaz em troca de favores sexuais, além de ter feito perguntas e insinuações impróprias para o jovem.

A mãe conta que relatou o caso para a coordenação da equipe, mas não recebeu a devida atenção. (Ouça)

A mãe ainda contou que um outro servidor do meio esportivo teria retaliado ela, afirmando que as denúncias seriam em vão, por causa das condições financeiras da mãe. (Ouça)

Os casos de sileciamento também foram confirmados por um ex-servidor do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que teve contato com Walhederson há dois anos, e disse que a conduta abusiva do técnico já era conhecida por outros funcionários desde aquela época. (Ouça)

Durante as investigações, a Polícia Civil recebeu depoimentos de homens adultos que relataram abusos por parte do suspeito.

A delegada Joyce Coelho afirmou que o técnico apresentava conduta imprópria há pelo menos 20 anos. (Ouça)

Além disso, antigos alunos do Colégio estadual Brasileiro Pedro Silvestre, no Centro de Manaus, alegam que as ações do técnico Walhederson Brandão eram frequentes também no ambiente escolar.

Ele desenvolvia atividades com alunos da rede estadual de ensino desde 2009, através de um termo de voluntariado.

Os egressos denunciam que o professor buscava oportunidades para se aproveitar dos jogadores do time estudantil de vôlei masculino, quando eles ainda eram crianças e adolescentes.

Um ex-aluno, que prefere não se identificar, relata a importunação sexual vivenciada há cerca de dez anos, por ele e por outros jovens da escola estadual. (Ouça)

O antigo aluno ainda afirma que, há dez anos, um grupo de estudantes tentou denunciar os casos de perseguição sexual, mas sofreu retaliações da escola e do próprio Walhederson. (Ouça)

Segundo a polícia, o técnico de vôlei aliciava os adolescentes com a promessa de carreira profissional no esporte, em troca de favores sexuais. Até o momento, 12 alunos denunciaram o crime.

Walhederson Brandão foi preso na semana passada, acusado de exploração sexual e favorecimento à prostituição. No momento da prisão, haviam seis alunos na casa e Walhederson dormia com dois adolescentes na cama dele.

Em nota, a Secretaria Estadual de Educação e Desporto Escolar informou que Walhederson Brandão não é servidor da rede, mas que desenvolvia projetos por conta de um termo de voluntariado. Entre as atividades, foram citados um time estudantil de vôlei masculino e a solicitação de uso da quadra do Colégio Brasileiro Pedro Silvestre.

A Secretaria ainda ressalta que as ações pararam de ser desenvolvidas em 2023 e que está à disposição das investigações para eventuais esclarecimentos.

A Prefeitura de Manaus, que coordena as atividades no Ginásio Poliesportivo Luciano Soares de Souza, não se pronunciou até o fechamento desta matéria.

A BandNews Difusora procurou a defesa de Walhederson Brandão, mas não obteve resposta.

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