Inundações, secas, incêndios florestais e ondas de calor intensas. Esses são alguns eventos climáticos extremos que podem acometer o Amazonas e os outros oito estados da Amazônia Legal, que não possuem sistemas de alerta e planos de contingência permanentes para essas situações.
É o que mostra um levantamento do Achados e Perdidos, iniciativa da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) em conjunto com a Transparência Brasil e agência Fiquem Sabendo.
Com a proposta de fazer um levantamento das políticas públicas voltadas para mudanças do clima, o relatório intitulado “Emergência Climática: Estratégias Subnacionais na Amazônia” mostrou que as estratégias na região se encontram em diferentes estágios de implementação e poderiam não ser eficazes no controle de eventuais cenários complexos de meteorologia e hidrologia.
Ao avaliar o Amazonas, Jéssica Botelho, umas das autoras do relatória, critica a falta de acessibilidade aos dados dessas políticas públicas. (ouça)
A Amazônia foi escolhida para ser analisada por ser uma das regiões mais vulneráveis ao impacto das mudanças climáticas no mundo, que vem sofrendo com a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento.
Dentre os 10 indicadores do relatório, o Amazonas correspondeu satisfatoriamente a oito. Monitoramento da qualidade do ar e incentivo ao uso de energia renovável são os indicadores que o estado não atendeu.
Jéssica destaca que no atual contexto do estado, a avaliação da qualidade do ar é fundamental. (ouça)
De acordo com o geógrafo e ambientalista Carlos Durigan, mesmo com a existência de políticas públicas voltadas para as mudanças climáticas no Amazonas, a implementação delas é prejudicada pela falta de recursos. (ouça)
No senso comum, a ideia de uma crise climática extrema ainda parece distante, mas segundo Durigan, essa realidade está mais próxima do que se pode imaginar. (ouça)
Debate global
A COP 26, que é a conferência mundial sobre o clima realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), teve início no dia 31 de outubro e segue até o dia 12 de novembro.
Entre os objetivos da conferência, está o de acelerar as ações para enfrentar a crise climática através da colaboração entre governos, empresas e a sociedade civil.
A Amazônia tem um papel fundamental na regulação do clima não só nacional, mas global e sua preservação estará na pauta das reuniões.
Reportagem: João Felipe Serrão