Reportagem: Ricardo Chaves
A quantidade de doses de imunizantes contra a Covid-19 foi tema de discussão em sessão da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
O motivo: a chamada dose de reforço contra a doença.
O presidente da Casa Legislativa, Roberto Cidade (União Brasil), abordou o assunto ao manifestar preocupação com a quantidade baixa de amazoneses com o esquema vacinal incompleto e a proximidade do Festival Folclórico de Parintins.
Ano passado, a cidade registrou crescimento de casos da doença após a realização do evento: (Ouça)
A fala repercutiu entre os parlamentares. Wilker Barreto (Cidadania) disse que tomou apenas duas doses da vacina e não tomaria mais devido, segundo ele, a casos de trombose motivados pelo imunizante.
O deputado alegou ter um caso de trombose na família motivado supostamente pela vacinação contra a covid-19 e também mencionou ocorrências semelhantes no país, mas não citou fontes sobre o assunto: (Ouça)
Apesar de afirmar que os imunizantes foram um avanço, o político colocou em dúvida a necessidade da vacinação infantil: (Ouça)
Outros deputados saíram em defesa das vacinas.
Sinésio Campos (PT) enfatizou que o imunizante é uma forma de prevenção: (Ouça)
Roberto Cidade (União Brasil) rebateu a opinião de Barreto (Cidadania): (Ouça)
Nas últimas semanas circulou nas redes sociais uma fakenews sobre a retirada da autorização de vacinas de base viral contra a covid-19 pela Anvisa.
Uma pesquisa da Universidade de Oxford indicou que o risco de trombose é de 8 a 10 vezes maior em quem contrai covid-19 e NÃO ESTÁ VACINADO do que em quem já recebeu o imunizante.
A doença respiratória é frequentemente acompanhada de sintomas vasculares e tem eventos de trombose em 16% dos casos mais graves. Enquanto isso, nas vacinas o aparecimento deste efeito adverso é incomum.
O pesquisador e epidemiologista da Fiocruz Amazônia, Jesem Orellana esclareceu que não existem casos registrados no Amazonas de casos de trombose motivados por imunizantes contra a covid-19: (Ouça)
O cientista reforçou a necessidade dos amazonenses estarem com o esquema vacinal completo, principalmente para quem vai a Parintins durante o festival: (Ouça)
A Fiocruz, instituição que produz o imunizante da AstraZeneca no Brasil também emitiu uma nota dizendo que “o imunizante continua sendo considerado seguro e eficaz tanto pelo Ministério da Saúde, como pela Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa) e segue recomendado pela Organização Mundial da Saúde.
A nota ainda destaca que não há registro de efeitos tardios em pessoas que tomaram doses administradas anteriormente.