Conhecido pelas belezas naturais e biodiversidade, o Amazonas atrai turistas de várias partes do mundo. Mas a busca por exeperiências na floresta amazônica nem sempre respeita os limites da conservação ambiental. Um vídeo publicado recentemente por uma turista na Internet reacendeu o debate sobre o uso de animais silvestres em atividades turísticas na região, como o registro fotográfico com os animais.
Nas imagens, um macaco aparece preso por uma corda dentro de uma pequena estrutura de madeira, enquanto outros animais, como um filhote de jacaré, uma preguiça e uma arara, são exibidos e manuseados por pessoas.
A cena foi registrada na Comunidade Indígena dos Tuyuka, no município de Iranduba, região metropolitana de Manaus, local conhecido por integrar roteiros turísticos como o “Safari Amazônico”.
O biólogo e presidente do Conselho Regional de Biolofia, Felipe Pinheiro, alerta que retirar animais de seu habitat natural para atividades turísticas causa sérios impactos físicos e comportamentais.
Segundo ele, a prática também oferece riscos de desequilíbrio ecológico e conservação da espécie: (ouça)
Segundo o Ibama, o local mostrado no vídeo é, frequentemente, alvo de fiscalizações. Em 2024, a Operação Safari Amazônico resultou na apreensão de sete animais silvestres mantidos irregularmente.
Somente naquela localidade, o Instituto já aplicou 32 infrações, totalizando mais de 2 milhões de reais em multas.
Para a especialista em meio ambiente, Fabiana Rocha, o uso inadequado de animais silvestres causa impactos irreversíveis. (ouça)
Júlia Trevisan, coordenadora de vida silvestre da ONG Proteção Animal Mundial, explica que o combate ao turismo predatório começa com escolhas conscientes: (ouça)
O Ibama alerta que turistas que participam dessas atividades e divulgam imagens podem ser responsabilizados com base na Lei de Crimes Ambientais.
Em nota, a Empresa de Turismo do Amazonas (Amazonastur) informou que dentro do plano de trabalho lidera a campanha “Nunca Toque, Observe”, que orienta turistas e prestadores de serviços sobre o não manuseio de animais silvestres.
Um grupo de trabalho será montado para planejar estratégias de combate à atividade e desenvolver campanhas de educação ambiental.
Por Cindy Lopes