As temperaturas na Amazônia devem aumentar em 2º C a 3°C até 2050. É o que aponta o Relatório Mudança do Clima no Brasil lançado oficialmente nessa quarta-feira (06) em Brasília.
O estudo projeta que, se o limite de 2ºC for atingido nos próximos 30 anos, a Amazônia perderá 50% da cobertura florestal pela combinação de desmatamento, condições mais secas e aumento dos incêndios.
Além disso, o fluxo dos rios serão reduzidos e a seca afetaria ainda mais os estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima.
O ciclo de chuvas no Brasil e na América do Sul também serão afetados.
Os pesquisadores também concluíram que se o limite de 2ºC for atingido, em 2050 limiares críticos para a saúde humana e a agricultura serão ultrapassados com mais frequência.
Nesse cenário, a população afetada por enxurradas no país aumentará entre 100 e 200% e doenças transmitidas por vetores como os da dengue e malária também causarão mais mortes.
Os estudos projetam ainda que os moradores de grandes cidades brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte ficarão expostas à escassez de água.
A estimativa é que no cenário de mais 2ºC, em 2050, quase 22 milhões de pessoas em áreas urbanas sejam afetadas pela quebra do ciclo hídrico e do impacto nas safras.
Ainda segundo o relatório, nos últimos 60 anos, o aquecimento em algumas regiões brasileiras foi maior que a média global, chegando a até 3ºC na média das temperaturas máximas diárias.
Desde o início da década de 1990, o número de dias com ondas de calor no Brasil subiu de sete para 52, até o início da década atual.
O Relatório Mudança do Clima no Brasil é um recorte do último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e de outros estudos científicos atuais, resultado de um esforço que reuniu o Ministério de Ciência, Tecnologia e Informação com as organizações sociais da Rede Clima, o WWF-Brasil e o Instituto Alana.
Da redação.