Por Vitória Freire
No Centro de Manaus, a Galeria do Largo se transforma, desta sexta-feira, dia 24, até o fim de fevereiro, em um ponto de convergência para vozes, imagens e histórias da arte negra contemporânea. Às 18h, a exposição coletiva “Quanto + Preto Melhor” será inaugurada, marcando um momento de celebração e reflexão sobre a negritude na Amazônia.
A exposição, com curadoria de Marcelo Rufi, é resultado de um projeto que vem sendo desenvolvido há quatro anos pelo coletivo Arte Ocupa. A iniciativa busca resgatar histórias invisibilizadas e dar novos contornos às discussões sobre identidade racial e ancestralidade.
Rufi explica a origem do título da exposição:
No espaço, haverá obras de 13 artistas. São instalações, esculturas, pinturas e performances que exploram temas como racismo estrutural, afrofuturismo e memória ancestral.
Entre os nomes, estão Anderson Souza, Cigana do Norte, Travamazônica e Vívian Evangelista. Cada trabalho carrega fragmentos de histórias pessoais e coletivas, compondo uma narrativa que não se prende à linearidade.
Vívian Evangelista está participando da exposição com a instalação Laços de Memória, que é inspirada na história de Sarchique Bachman, uma mulher sul-africana que foi levada para a Europa por volta dos anos 1800 para ser exibida como uma atração de circo.
A abertura da mostra não se limita às paredes da galeria. O grupo Maracatu Pedra Encantada irá conduzir um cortejo pelo Largo São Sebastião até o espaço expositivo, onde será homenageado.
A exposição “Quanto + Preto Melhor” ficará aberta ao público até o final de fevereiro, com entrada gratuita. A Galeria do Largo funciona de quarta a domingo, das 15h às 20h.
Seja pelos detalhes das obras ou pelo peso das reflexões que suscitam, o espaço promete ser mais do que um ponto de visitação: é um convite para enxergar a arte negra como parte essencial da história e do futuro da Amazônia.