A ciência brasileira tem registrado um crescimento importante na participação feminina. Conforme o relatório “Em direção à equidade de gênero na pesquisa no Brasil”, lançado em março de 2025 pela editora científica Elsevier-Bori, o número de mulheres na pesquisa no Brasil cresceu 29% entre 2002 e 2022.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação confirmou esse aumento, refletindo o impacto das políticas públicas de incentivo à presença feminina na ciência.
O relatório também revela que, de 2018 a 2022, mais da metade das publicações científicas brasileiras (51%) tiveram pelo menos uma mulher como autora ou coautora, especialmente entre as cientistas mais jovens, ou seja, com até cinco anos de carreira.
O Brasil, que ocupa atualmente a terceira posição no ranking de países com maior participação feminina na ciência, está atrás apenas da Argentina e Portugal. Embora o avanço seja claro, os desafios permanecem, principalmente para as pesquisadoras em regiões mais periféricas, como a Amazônia.
Para entender melhor essa realidade, conversamos com a professora doutora Ivânia Vieira, doutora em processos socioculturais na Amazônia, que nos explicou o que pode estar por trás desse aumento na participação feminina na ciência.
A professora Ivânia destaca os obstáculos enfrentados pelas cientistas na Amazônia, pois a maior parte da produção científica ainda se concentra nas regiões Sul e Sudeste do país. Mas como reduzir essas desigualdades e garantir mais oportunidades para as pesquisadoras da região Norte?
Com dados como esses, a luta pela equidade de gênero na ciência brasileira parece estar no caminho certo, mas ainda há muito a ser feito para garantir uma presença mais forte e igualitária das mulheres amazônicas no que se refere à produção de conhecimento.
Por Vitória Freire
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