Reportagem: Ricardo Chaves.
Moradores do bairro Aparecida, na Zona Sul de Manaus, planejam realizar uma manifestação nos próximos dias após uma explosão seguida de um incêndio, ocorrer na última terça-feira, 13, em uma subestação de energia localizada na região.
O maior receio dos moradores, segundo relatos à BandNews Difusora FM, é que um novo incêndio no local cause transtornos ou atinja a infraestrutura de canalização da tubulação mantida pela Cigás (Companhia de Gás do Amazonas) no bairro.
O advogado Ulisses Abtibol, 65 anos, morador da Aparecida há mais de 60 anos, afirmou que esta não foi a primeira explosão registrada na região, o que tem gerado apreensão entre os moradores.
A casa de Ulisses fica ao lado da subestação, localizada na rua Wilkens de Matos. Um abaixo-assinado pela retirada da unidade está sendo elaborado. Segundo ele, uma manifestação também está sendo organizada para os próximos dias:(Ouça)
Dono de uma lanchonete na esquina da rua Wilkens de Matos, Sérgio Brito também relatou à BandNews Difusora FM que as explosões são constantes e seguidas por quedas de energia elétrica: (Ouça)
A jornalista Bruna Greco, moradora da rua Xavier de Mendonça — próxima à subestação — afirmou que não é a primeira vez que ocorre um incêndio no local. A situação, segundo ela, já foi alvo de denúncias:(Ouça)
Os disparos e ruídos que ocorrem na subestação deixam os moradores constantemente em estado de alerta:(Ouça)
A BandNews Difusora buscou contato com a Amazonas Energia e Cigas sobre os questionamentos dos moradores.
Em nota, a Cigás disse que a canalização do Gás Natural segue um rigoroso normativo com a utilização de matérias de alta resistência e enterramento em profundidade. Na área questionada pelos moradores, o gasoduto está posicionado a 2 metros de profundidade.
Segundo a Cigás, nesse contexto, o risco de dano a tubulação é reduzido, pois a camada de terra impede que a temperatura junto à tubulação atinja níveis críticos.
Ainda de acordo com a concessionária, um sistema de supervisão com monitoramento 24 horas por dia e sete dias por semana é realizado por meio de um Centro de Controle Operacional (CCO), que possui canal direto de comunicação por meio do número 117.
A Amazonas Energia informou que o incêndio foi uma situação atípica que “pode acontecer em qualquer lugar, principalmente devido à alta temperatura com a proximidade do verão amazônico”.
Confira a nota da Cigás
A Companhia de Gás do Amazonas (Cigás) recepciona o gás natural transportado por meio do gasoduto Coari-Manaus em dois pontos de entrega, localizados nos bairros Aparecida e Mauazinho.
As instalações da rede seguem rigorosos normativos de especificação de materiais, projeto e construção, exigindo componentes de alta resistência e enterramento em profundidades seguras. Na área em questão, o gasoduto está posicionado a 2 metros de profundidade.
Nesse cenário, o risco de dano à tubulação é reduzido, pois o solo atua como isolante térmico e a transferência de calor da superfície até 2,0 metros de profundidade é praticamente nula. Essa camada de terra impede que a temperatura junto à tubulação atinja níveis críticos, oferecendo uma barreira eficaz contra efeitos térmicos superficiais, incluindo incêndios.
A Cigás possui um sistema de supervisão com monitoramento 24 horas por dia e sete dias por semana da rede de distribuição através do Centro de Controle Operacional (CCO), que possui canal direto de comunicação com a população por meio do número 117, que funciona ininterruptamente. A ligação é gratuita.
A Companhia conta ainda com um Plano de Atendimento à Emergência (PAE), cujos procedimentos seguem o estabelecido em normas de segurança. Para mensurar a eficiência desses procedimentos, a Cigás executa todos os anos simulados de emergência na rede de distribuição de gás natural. O simulado tem por objetivo aprimorar os procedimentos para atendimento a emergências operacionais de segurança da rede de distribuição de gás natural (RDGN), por meio da avaliação da eficiência no atendimento de uma situação real, bem como a interação com órgãos de segurança no pronto atendimento a emergências.
Importa destacar que o incidente registrado na Usina Termoelétrica de Aparecida (UTE), no último dia 13, não provocou qualquer interrupção no fornecimento de gás natural aos usuários.
(Foto dos Moradores da rua Wilkens de Matos: Ricardo chaves/BandNews)