Reportagem: Victor Litaiff.
A Amazônia é resultado de inúmeros fatores que a tornam tão complexa que até a areia do deserto do Saara influenciam na biodiversidade do bioma amazônico.
De acordo com a a Agência Espacial Americana (Nasa), a poeira do deserto viaja em correntes de ar que fertilizam a floresta, sendo fundamental para a “saúde” da Amazônia.
A temperatura dos rios e o clima também fazem parte desta somatória e as altas temperaturas acompanhada da seca severa estão afetando a saúde dos botos e dos peixes-bois.
O que muitos não sabem é que esses animais são fundamentais para a cadeia alimentar da região. A pesquisadora Dra. Vera da Silva do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia INPA, explica que esses mamíferos diminuem a quantidade de peixes doentes do ambiente.(Ouça)
Dra. Vera da Silva também destaca que o boto é responsável pela manutenção e equilíbrio de espécies diferentes de peixes.(Ouça)
Miriam Marmontel, pesquisadora que lidera o monitoramento dos mamíferos aquáticos, explica que a espécie é considerada como parâmetro de risco aos humanos, já que são eles a sentirem o primeiro impacto das mudanças da natureza.(Ouça)
Outro mamífero atingido pela mudança climática é o peixe-boi. A pesquisadora Dra. Vera Silva afirma que as áreas onde eles se alimentam estão cada vez mais escassas.(Ouça)
Além da falta de alimento, o nível da água está baixo, fazendo com que a caça a carne do peixe-boi aumente, colocando em risco esses animais.(Ouça)
Isso significa que esses mamíferos estão enfrentando tanto a crise climática quanto a ação do homem.
O nível do Rio Solimões enfrenta o pior já registrado da história, chegando a menos 94 centímetros. Com isso, os lagos de Tefé e outros municípios do alto-solimões já sentem os efeitos da seca.
Equipes do Instituto Mamirauá estão monitorando esses mamíferos, tentando evitar nova mortandade desses animais no local, como ocorreu em 2023.