Reportagem: Cindy Lopes
A inflação dos alimentos, que acumulou alta de quase 12% até junho deste ano, está contribuindo para o aumento do consumo de ultraprocessados.
Salsicha, conserva e enlatados de carne e sardinha, macarrão instantâneo, refresco, e achocolatado estão mais presentes na mesa de quem tem menor situação financeira.
Análises feitas pela equipe do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo com base nas Pesquisas de Orçamentos Familiares (POFs) do IBGE mostraram que 60% da população mais pobre do país passou a consumir mais esses tipos de alimento.
Um dos motivos do crescimento é a alta de preços dos produtos in natura ser maior do que dos ultraprocessados, e este último acaba pesando menos no bolso do consumidor. Fazendo uma comparação, o preço médio do macarrão instantâneo em Manaus é de 1,50 segundo o Busca Preços da Secretaria de Estado de Fazenda do Amazonas – Sefaz, já um pé de alface custa cerca de 4 reais.
Por esse e outros motivos, alguns produtos vão saindo do carrinho de compras e o que fica é a necessidade de adaptar a alimentação. Foi o que aconteceu com a dona de casa, Francisca Zulenir, que você ouviu na última reportagem sobre esse assunto. (Ouça)
O tipo de processamento determina o perfil de nutrientes e o sabor dos alimentos. Em geral, quanto mais processados forem, menor o valor nutricional e maior a quantidade de substâncias nocivas à saúde.
A nutricionista Nayara Queiroz alerta que alimentos industrializados tendem a apresentar elevados índices de sódio e de açúcar, que podem causar doenças como a hipertensão. (Ouça)
A nutróloga Evelyn de Paula dá dicas de como substituir alguns produtos sem precisar abrir mão do que é saudável. (Ouça)
Evitar um consumo exagerado de alimentos industrializados traz mais nutrientes para o organismo, pois quanto mais natural o alimento, mais rico ele é.