Reportagem: Jefferson Ramos.
Durante encontro em Manaus para discutir a Amazônia, que envolve a Igreja Católica do Brasil e de oito países amazônicos, sacerdotes criticaram a mineração em terras indígenas, a demora para demarcação destes territórios e analisaram caminhos para ampliar a presença da instituição no bioma, frente ao avanço dos evangélicos na região.
À Band News Difusora, o cardeal peruano Pedro Barreto, presidente da Conferência Eclesial da Amazônia (Ceama), afirmou que o papel da igreja na região amazônica é anunciar Jesus Cristo e defender os direitos humanos dos povos indígenas.(ouça)
Questionado a respeito da política indigenista no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o religioso reconheceu avanços, mas avaliou que os indígenas ainda enfrentam problemas de titularidade de terras.(ouça)
O arcebispo de São Luiz do Maranhão, dom Gilberto Pastana, presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia (CEA) explicou que no encontro a igreja do Brasil debate, entre outras coisas, caminhos para ampliar a presença no interior da floresta.(ouça)
A irmã franciscana e indígena do povo Cariri, Laura Vicuña, avaliou que os direitos fundamentais dos povos originários está em risco por conta da aprovação pelo Congresso Nacional do Marco Temporal. Pela legislação, os povos indígenas têm direito apenas às terras que ocupavam ou já disputavam em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição.(ouça)
Ao contrário do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a gestão Lula criou um ministério para os povos originários e realizou destruições de garimpeiros de terras indígenas e voltou a demarcar territórios indígenas. Contudo, a crise na TI Yanomami com desnutrição ainda pressiona o governo.
No ano passado, morreram 363 indígenas no território Yanomami. Em 2022, ainda durante a gestão de Jair Bolsonaro, foram 343.
O V Encontro da Igreja na Amazônia organizado pela CEA, que reúne 60 bispos da Amazônia Legal, segue até esta quinta-feira (22). A partir da sexta-feira (23), inicia o encontro realizado pela Ceama que vai reunir em Manaus religiosos católicos de oito países do bioma amazônico.