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Fieam vê conservadorismo, enquanto Fecomércio classifica subida de 0,25 % da Selic como assertiva para controlar inflação

Reportagem: Jefferson Ramos.

Os presidentes das Federações do Comércio e da Indústria do Estado do Amazonas divergem sobre o aumento em 0,25% da taxa de juros, a Selic, pelo Banco Central (BC) que elevou o instrumento usado para controlar a inflação para o patamar de 10,75% ao mês.

A medida foi tomada na semana passada pelo BC e contou com o apoio de membros do Comitê de Política Monetária (Copom) nomeados pelo presidente Luz Inácio Lula da Silva (PT) que critica a manutenção da taxa em dois dígitos.

O empresário Antônio Silva da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) classifica de “excessivamente conservadora” a atitude do Banco Central. Para ele, o aumento vai na contramão de outras economias mundiais. (Ouça)

O presidente da Fecomércio, o também empresário Aderson Frota, concorda que a elevação dos juros impacta negativamente a economia, com encarecimento do crédito e certa retenção do consumo, mas o instrumento, segundo ele, foi elevado de maneira assertiva a fim de evitar o descontrole da inflação.

Ele ainda considera que a autoridade monetária levou em consideração os efeitos da crise climática na decisão de elevar a Selic. O país enfrenta queimadas e secas, o que impacta na oferta de alimentos e consequentemente elevar a inflação desse segmento.

Questionado se considera a meta de inflação de 3% incomum para o cenário brasileiro, Aderson respondeu que a tendência é que o aumento dos preços de bens e serviços sai do teto. (Ouça)

A taxa Selic, principal instrumento de política monetária do Banco Central para controlar a inflação, baixou de 13,75% para 10,50% ao ano nos últimos dois anos. Este foi o sétimo corte consecutivo na taxa básica de juros, iniciando a redução em agosto de 2023.

A meta central de inflação é de 3% neste ano, com um intervalo de tolerância de mais ou menos 1,50 ponto percentual. Previsões do mercado financeiro projetam em 4,22%. Ou seja, o teto será considerado formalmente cumprido se o índice oscilar entre 1,5% e 4,5%.

A Selic afeta todas as taxas de juros no Brasil, incluindo empréstimos, financiamentos e aplicações. Quando a inflação está alta, o Banco Central eleva a Selic para controlá-la, o que encarece a oferta de crédito.

Na prática, juros elevados tornam mais lucrativo investir no mercado financeiro em vez de investir na produção ou varejo, o que pode desestimular o crescimento econômico.

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