Reportagem: Victor Litaiff.
Em 2024, a seca é marcada pela menor cota do Rio Negro, 12 metros e 11 centímetros. Ainda este ano, um novo recorde negativo foi registrado também nas calhas do Solimões.
O Solimões, que tinha como marca história a seca de 2010, quando chegou em – 86 centímetros, em 2024 bateu – 2 metros 35 centímetros.
A seca extrema causou inúmeros prejuízos matérias e também perdas de vidas por fenômenos relacionados a mudança geológica: como o Terras Caídas.
Um exemplo é o desbarrancamento em Manacapuru, no porto de Terra Preta, Duas pessoas morreram, entre elas uma criança de 6 anos.
Em 2023 uma vila inteira desapareceu no Amazonas. Foi a vila de Arumã, que pertence ao município de Beruri, a 6 horas de barco de Manaus. Pelo menos 40 casa foram engolidas pelo solo. Duas pessoas morreram e três nunca foram encontradas.
Há mais locais afetados. O último foi Autazes que teve seu porto interditado devido a rachaduras.
E o que podemos esperar para o futuro das comunidades ribeirinhas? As mudanças climáticas que afeta os rios na nossa região transformam a geografia local.
O fenômeno conhecido como terras caídas está se intensificando. Como explica Igor Torres, Mestre em Geologia e Especialista em Segurança de Barragens.
Ele destaca que a retirada da vegetação deixa o solo mais fragilizado.(Ouça)
Igor Torres reforça que é preciso uma ação conjunta das autoridades para amenizar os efeitos do fenômeno nas áreas portuárias.(Ouça)
Uma das características da nossa geografia é a diferença do volume dos rios.
O Gerente de Recursos Hídricos do IPAAM, o Geólogo Daniel Navas, explica que é gigantesca a diferença que as margens enfrentam todo ano na descida e subidas dos rios.(Ouça)
Daniel Navas ressalta a dificuldade de promover a retirada de comunidades situadas em locais que correm o risco de movimentação da terra, como áreas portuárias.(Ouça)
Daniel Navas também relata que as invasões em determinados locais acarretam tragédias, como o que houve no porto Terra Preta, em Manacapuru.(Ouça)
No caso mais recente de desastre causado pelas Terras caídas, em Manacapuru, o Serviço Geológico Brasileiro divulgou que, durante a cheia, a saturação do terreno possivelmente gerou sobrecarga sobre o solo que, na vazante, não conseguiu suportar o peso adicional das construções.
O SGB ainda relatou que Intervenções humanas como aterros e muros, além de constante trânsito de carros e caminhões, podem ter contribuídos para o processo que vitimou duas pessoas.
Na próxima reportagem, última parte da série, vamos falar a respeito da logística dos insumos das indústrias do Polo Industrial de Manaus.