Por Thaís Gama
Nas ações da Campanha Elas Têm o Poder 2025, o jornal BandNews Amazônia 2ª edição recebeu a advogada e escritora Jaíse Fraxe para falar sobre sua pesquisa que rendeu uma obra que aborda a questão de gênero: O Ecofeminismo na Amazônia – Relatos de Experiência da Comunidade São Francisco de Assis, Careiro da Várzea, Amazonas, Brasil.
Para os jornalistas Ricardo Chaves e Thaís Gama, a escritora Jaíse que também é Mestra em Direito Ambiental pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), especialista em Direito Público também pela UEA, advogada e autora de livros e artigos jurídicos, primeiramente explicou o que é Ecofeminismo.
O Ecofeminismo é um movimento feminista com um direcionamento às mulheres integrantes de comunidades tradicionais.
“Vamos lá, essas mulheres vivem em situações, muitas vezes, de exclusão social, de exclusão geográfica, porque elas não têm acesso à saúde, educação, precisam se deslocar para conseguir ter tratamento médico. Ou como a gente ouve, até um exemplo de uma mulher que esteve em uma palestra: ‘Eu vim de um interior distante, eu queria estudar, ter uma oportunidade, na cidade que estava, não tinha. Então, por exemplo, na comunidade que eu tive a oportunidade de visitar, não tem Ensino Médio. Se você é uma pessoa que cria os seus filhos nessa comunidade e busca que seu filho tenha uma qualificação profissional diferente da que você teve, ele precisa ir pra cidade”, destacou.
Ela trouxe também o questionamento para sociedade: Como é que eu vou olhar para essas mulheres e o que eu vou valorizar? “É justamente esse trabalho de cuidado da mulher, que também tem toda a relação com o cuidado maternal, mas não somente isso, porque o trabalho da mulher é muito mais amplo. Por exemplo, nessa comunidade que eu tive a oportunidade de conhecer, na escola, todas as professoras são mulheres, então, além disso, quem é que vai preparar e pensar na alimentação da comunidade? A mulher! Ela planeja, ela prepara, ela serve. Ela (a mulher) é a mãe, responsável da vida diretamente, ela é responsável pela educação – por ser a professora da escola, são as mães que educam os filhos. Quando existe algum tipo de movimento social dentro da comunidade, geralmente, ele é liderado por mulheres, para saber quais são os problemas que eles vivem … Então, o Ecofeminismo vai valorizar esse trabalho que é muito grandioso, que sua imensa maioria é realizado por mulheres, ele precisa ser reconhecido. E o movimento tem esse objetivo de voltar para este reconhecimento do trabalho de cuidado da mulher, com o olhar para as mulheres integrantes de comunidades tradicionais”, detalhou.
Jaíse pontuou o início de todo o estudo que resultou em sua obra. Desde 2018, suas pesquisas foram voltadas à mulher. “Tudo iniciou em uma roda de conversa sobre violência doméstica, passou pra violência contra a mulher e hoje, como eu estou nesta fase da minha vida relacionada à maternidade, eu venho pesquisando e escrevendo artigos sobre o trabalho de cuidado da mulher. Então, como a maternidade impacta na carreira das mulheres. A gente fala para mulheres, para mães, e também para os homens, como uma forma de buscar essa reparação por todas as de violência, todas as situações de desigualdades de gênero que a mulher ainda sofre na sociedade atual”, disse.
A escritora disse ainda que sua pesquisa, feita para o trabalho de dissertação de mestrado, pode ser expandida para outras áreas, devido à evolução da pesquisa.
Confira a entrevista completa:
Elas Têm o Poder 2025
A campanha “Elas Têm o Poder” promove em março, mês da mulher, entrevistas, debates, lives e podcasts especiais para valorizar as conquistas e falar sobre os desafios da mulher na sociedade.
PARCEIROS
A Campanha “Elas Têm o Poder” é uma realização das rádios Difusora e BandNews Difusora com o apoio das empresas Atem e Eneva.