Por Vitória Freire
No próximo dia 29 de janeiro, data em que se celebra o Dia da Visibilidade Trans, o documentário “Vidas Trans: amores, dissabores, arte” será lançado no Museu Amazônico, no Centro de Manaus.
Com entrada gratuita, a sessão é mais do que um convite à arte; é uma chamada à reflexão e ao diálogo sobre as realidades vividas por pessoas transgênero na região.
Conforme a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), pessoas transgênero são aquelas que não se identificam com o gênero que lhes foi atribuído no nascimento.
O documentário, dirigido pelo jornalista Paulo Roberto Olímpio, oferece uma narrativa sensível de seis pessoas transgênero que compartilham suas histórias, enfrentamentos e vitórias em uma sociedade que frequentemente marginaliza suas existências.
Ao refletir sobre os desafios enfrentados durante a produção de Vidas Trans, Paulo Roberto Olímpio, diretor do documentário, compartilha alguns dos principais desafios na abordagem do tema. A escolha de como retratar a realidade da comunidade trans sem se limitar à violência e à dor foi um desses desafios:
O Amazonas, contudo, enfrenta uma dura realidade que não há como ser ignorada. O estado foi o oitavo com mais assassinatos de travestis e transexuais, somando 38 mortes, conforme dados da ANTRA, divulgados em 2024. Esses números alarmantes são um lembrete da urgência de iniciativas que combatam a violência e promovam a inclusão social.
À rádio BandNews Difusora FM, Paulo Roberto destaca o papel fundamental do audiovisual na desconstrução de preconceitos. Segundo ele, a falta de conhecimento e a visibilidade restrita são alguns dos principais fatores que alimentam os estigmas que cercam as pessoas transgênero, muitas vezes rotuladas de maneira reducionista.
Dayo Nascimento, homem trans, artista e fotógrafo, começou no documentário como entrevistado, mas logo integrou a equipe de comunicação, trazendo sua experiência em audiovisual e arte. Ele destaca a importância de projetos como esse para criar renda e visibilidade para pessoas trans, especialmente em um país que lidera os índices de violência contra essa população.
Além da exibição, o evento contará com rodas de debates, criando um espaço de interação entre o público e os participantes do documentário. Acessível às pessoas com deficiência e baixa mobilidade, o projeto recebe apoio de diversas instituições, incluindo o Governo Federal e a Prefeitura de Manaus.