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Dia da Consciência Negra: presença afro-brasileira em Manaus é marcada por religiosidade manifestada em terreiros

Por Jefferson Ramos

Ao contrário do defendido pelo historiador e ex-governador do Amazonas, Arthur Reis, a presença afro-brasileira em Manaus tem grande impacto. Uma das principais amostras da cultura negra na cidade é a existência de terreiros de umbanda, tambor de mina e candomblé.

Mas a convivência entre religiões de matriz africana e as judaico-cristãs, como a católica e a protestante é marcada por incompreensão e preconceito. Para o coordenador-geral da Articulação Amazônica dos Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiro de Matriz Africana, Alberto Jorge, a predominância de religiões cristãs colaborou para o apagamento da religiosidade africana.

 

Pela primeira vez, desde a criação em 1971, o dia da consciência negra será feriado nacional.

Alberto Jorge considera que houve avanços em garantias de direito para o povo que cultua religiões de matriz-africana, mas ao mesmo tempo, ele aponta que nos últimos quatro anos também houve retrocesso.

 

Não existe estatística que aponte quantos fiéis praticam religiões de matriz africana em Manaus, mas segundo Alberto, durante o festival afro-amazônico de iemanjá realizado anualmente, o público registrado foi de 30 mil pessoas.

O historiador e ativista negro Juarez Clementino explica que o argumento de que a escravidão e a presença negra no Amazonas tinham nenhum impacto na cultura e na densidade demográfica foi levantada pelo político e historiador Arthur Reis.

Segundo Juarez, a tese coincide, inclusive com o crescimento, na época, da eugenia, espécie de higiene racial.

 

O historiador formado pela Universidade Federal do Amazonas lembra que a formação do quilombo do Barranco de São Benedito, localizado no bairro Praça 14, ocorreu por conta da migração de uma população negra descendente de escravizados oriundos do Maranhão.

 

O quilombo foi reconhecido em 2014 pela Fundação Palmares e foi o segundo em perímetro urbano no país. Em mais de 120 anos de existência, o espaço sofreu transformações pela pressão do comércio das redondezas e atualmente não existe nenhum terreiro no quilombo, localizado na avenida Japurá.

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