Nos primeiros meses de 2021, o Amazonas registra alta no desmatamento. De janeiro deste ano até o início do mês de julho, uma área de pouco mais de mil quilômetros de floresta foi derrubada no estado.
Desse total, 76% são de gestão federal, como assentamentos e Unidades de Conservação Federais.
Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e foram apresentados durante a sétima reunião do Comitê do Plano de Prevenção e Combate ao Desmatamento e Queimadas do Amazonas, nessa quinta-feira (22).
Para o ambientalista Carlos Durigan, o crescimento do desmatamento no Amazonas é consequência de um processo de expansão de atividades na Amazônia e a falta de controle sobre a ocupação de territórios:
“A falta de um planejamento nesse processo de ocupação de terras e um controle maior sobre as atividades degradantes, acaba levando a um cenário que tende a aumentar quando não se tem as políticas públicas adequadas”
O secretário de Estado do Meio Ambiente, Eduardo Taveira, diz que, com o apoio de forças federais no enfrentamento a crimes ambientais, será possível ampliar a capacidade de resposta aos problemas de desmatamento enfrentados no primeiro semestre:
“Nós vimos de um primeiro semestre muito ruim, do ponto de vista do combate o desmatamento ilegal, com um aumento histórico no Amazonas. Mas por outro lado, com o planejamento e a integração das estruturas de fiscalização estaduais e federais e nos municípios, nós vislumbramos um segundo semestre um pouco melhor do que foi visto agora”
Desde o início de abril, órgãos ambientais do estado atuam na repressão ao desmatamento ilegal, por meio da Operação Integrada Tamoiotatá.
Atualmente, a ação está na sétima fase no sul do Amazonas, com foco nas cidades de Lábrea e Apuí, que estão entre os municípios mais vulneráveis da Amazônia Legal, em decorrência de ocupações irregulares em áreas públicas, principalmente em áreas da União.
Junto a isso, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), obteve a aprovação de 11 milhões e meio de reais do Banco Alemão de Desenvolvimento KFW, para contratar 240 brigadistas, para reforçar a atuação estadual contra as queimadas na região.
Parte do recurso também será usada para contratação de um serviço de monitoramento por drone, em tempo real, do desmatamento no sul do Estado, a fim de auxiliar as equipes em campo pela Operação Tamoiotatá.
Reportagem: Cindy Lopes
Foto: Agência Brasil