Reportagem: Dhyene Brissow.
A Justiça do Amazonas retoma nesta terça-feira (3) a audiência de instrução e julgamento do caso da artista venezuelana Julieta Hernández, assassinada em dezembro do ano passado, em Presidente Figueiredo.
Serão ouvidos Thiago Agles da Silva, 33 anos, e Deliomara dos Anjos Santos, 30 anos, casal que confessou o crime afirmando que o objetivo era apenas roubar o celular da vítima.
A primeira etapa da audiência ocorreu no dia 30 de agosto, mas foi adiada porque, conforme o advogado da família de Julieta, Carlos Nicodemos, estava faltando no processo o documento referente ao segundo depoimento da acusada.(Ouça)
Deliomara afirmou no primeiro depoimento que o companheiro havia estuprado a vítima, o que não pôde ser confirmado na necrópsia devido a situação do cadáver. Na semana seguinte, Deliomara mudou a versão e disse que ateou fogo no corpo de Julieta por tê-la visto no colo de Thiago.
De acordo com Nicodemos, a família ainda busca que o crime seja julgado como feminicídio, e não latrocínio, como está registrado.(Ouça)
No último sábado (30), a irmã de Julieta, Sofía Hernández, publicou um vídeo em suas redes sociais pedindo apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que crime seja qualificado como feminicídio (assassinato cometido em razão do gênero da vítima) e não como latrocínio, como ainda consta do processo.
RELEMBRE O CASO
Julieta, conhecida como “Palhaça Jujuba”, foi morta enquanto viajava pelo Brasil de bicicleta. Ela estava a caminho de seu país de origem quando desapareceu no dia 23 de dezembro, no município de Presidente Figueiredo.
A próxima parada dela seria em Rorainópolis, em Roraima, antes de cruzar a fronteira coma Venezuela.
No dia 6 de janeiro deste ano, o corpo da artista foi encontrado dentro de uma mata. De acordo com as investigações, Julieta foi estuprada, assassinada e teve seu corpo queimado pelo casal.
Em janeiro, o Ministério Público do Amazonas (MPAM) denunciou Thiago Angles da Silva e Deliomara dos Anjos Santos pelos crimes de estupro, latrocínio (roubo seguido de morte) e ocultação cadáver. Agora, a família de Julieta pede a mudança da tipificação dos crimes.