Por Jefferson Ramos
Em prestações de conta parciais apresentadas na semana passada, o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), e o candidato ao Executivo municipal, deputado federal Amom Mandel (Cidadania) deixaram de justificar a origem de R$ 3,1 milhões, conforme a plataforma Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais (Divulgacand) até esta segunda-feira (16).
David Almeida apresentou à Justiça Eleitoral gastos de R$ 6,3 milhões e recursos de R$ 3,9 milhões. Ou seja, a prestação ainda precisa apontar de onde veio R$ 2,4 milhões que foram gastos em despesas de campanha.
Os recursos foram angariados por meio de repasses da executiva nacional do Avante e de outras duas doações privadas. 99.65% foram repassados somente pelo fundo eleitoral.
Amom Mandel encaminhou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM) prestação de contas com gastos de R$ 1,1 milhão e recursos obtidos por meio de cinco doações de pessoas físicas na ordem de R$ 450,8 mil. O maior doador é o empresário Júlio Cezar Furtado de Queiroz.
As campanhas de Alberto Neto (PL), Roberto Cidade (UB), Wilker Barreto (Mobiliza), Gilberto Vasconcelos (PSTU) e Marcelo Ramos (PT) apresentaram gastos condizentes com os recursos apresentados.
O presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), deputado estadual Roberto Cidade, tem o segundo maior volume de gastos. Ele apresentou gastos de R$ 4,7 milhões e recursos arrecadados de R$ 8,095 milhões. 98% desse valor foi repassado via fundo eleitoral pelos comitês nacionais do UB e do Republicanos, que integra a coligação do candidato.
O candidato bolsonarista deputado federal Capitão Alberto Neto (PL) aparece em terceiro colocado no ranking com o maior gasto. Alberto Neto divulgou R$ 1,5 milhão em gastos de R$ 7,3 milhões angariados por meio de repasses da executiva nacional do PL e de outras quatro doações privadas. 97,25% foram repassados somente pelo fundo eleitoral.
A demora na atualização dos dados se dá porque os candidatos seguem prazos para publicar as prestações de contas parciais. O prazo venceu no dia 13 de setembro. Neste primeiro resumo, os candidatos têm que apresentar os gastos a partir do dia 16 de agosto, início da propaganda eleitoral.
A reportagem procurou a assessoria das campanhas de Amom Mandel e David Almeida. Até o fechamento, apenas a assessoria de Amom se limitou a responder que a prestação é parcial e que os gastos do primeiro turno serão encaminhados até o dia 5 de novembro.
Neste primeiro momento, a principal função da prestação de contas parcial é para facilitar o trabalho do Ministério Público Eleitoral (MPE) e da Justiça Eleitoral na análise de possíveis discrepâncias, segundo o advogado eleitoral Flávio Espírito Santo.
Atualização:
A assessoria de campanha de David Almeida respondeu que prestação de contas é parcial e que o valor de R$ 2,4 milhões levantado pela reportagem trata-se de receitas que podem entrar no decorrer da campanha até a entrega final da prestação de contas.
“Até agora foram registrados R$ 6.395.543, 20 em despesas e R$ 3.974.100, 00 de receita. Para quem disputar somente o primeiro turno, o prazo vai até 05/11. Para quem for ao segundo turno, esse prazo limite vai até 16/11”, justificou.