Reportagem: Bianca Gloria.
Um aumento de quase 8% no número de internações de crianças e adolescentes devido a acidentes, foi registrado no país em 2023, segundo um levantamento da Aldeias Infantis SOS.
Este é o maior crescimento desde 2019, período pré-pandemia. O estudo, baseado em dados do DataSUS, revela que foram contabilizadas 119.245 internações por lesões não intencionais entre crianças de 0 e 14 anos, um aumento significativo em relação às 109.988 ocorrências do ano anterior.
Os acidentes com quedas aumentaram 10,33%, no ano anterior, enquanto as sufocações tiveram um crescimento de 11,24%.
Outras causas que também apresentaram alta foram queimaduras (+7,38%), afogamento (+5,78%), sinistros de trânsito (+5,13%) e armas (+3,16%).
Manuela Beltrão, mãe da Madalena de 2 anos, compartilha o caso de queda que aconteceu com a sua filha durante uma brincadeira e levou a pequena a precisar de procedimento cirúrgico.(Ouça)
A cada hora, cerca de 13 crianças são internadas no Brasil devido a lesões não intencionais. 90% desses acidentes poderiam ser evitados com medidas simples de prevenção e cuidado adequado.
A pediatra Larissa Ikino destaca que as crianças exigem supervisão constante, um momento de distração é o suficiente para que um acidente aconteça.(Ouça)
Entre 2022 e 2023, houve destaque para casos de afogamento (+76%), sufocação (+52%) e intoxicação (+36%). O sufocamento atingiu principalmente crianças menores de um ano, com aumento de 9%.
O maior número de óbitos se deu entre crianças de 1 a 4 anos (31%). A principal causa foi sufocação, responsável por 986 casos – desses, 765 (77%) envolveram menores de 1 ano.
De acordo com a pesquisa, essa é a primeira vez que sinistros de trânsito não são a principal causa de óbito, visto que sufocação ultrapassa em números de casos e de óbito de lesões não intencionais com 31% da totalidade.